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20 março, 2009

O meu Braginha não merecia tal "sorte"

Pois é! depois de muitas horas, dias e meses o meu Braga saiu da Taça "UEFA". Não sem antes ser proclamado vencedor da edição 2008/09 da taça "INTERTOTO". Mas, menos de duas horas depois de receber este troféu Europeu, um golo de uma bola "mal parada" por Eduardo, deu a vitória à equipa que menos fez nas duas mãos para passar aos 1/4 de final. Seria um dia histórico para todos os verdadeiro bracarenses. Aqueles que trocam de tudo menos de clube! Impressionante, como nunca tinha assistido num estádio de futebol, foi o aplauso "ENORME" de 15 minutos, dado aos "GUERREIROS DO MINHO", por um publico que agradeceu os grandes espectáculos de futebol proporcionado pelos jogadores do S.C.Braga ao longo desta aventura Europeia. Contra tudo e contra todos, acredito que um dia seremos "Campeões Nacionais".

Estádio AXA e das Paixões -19 Março 2009

Sarra-a-Velha, uma tradição que por acaso descobri em Vizela

Era uma quarta-feira bastante quente em Vizela bem a meio do mês de Março, quando fui surpreendido por centenas de crianças que atravessavam a Praça da República com bonecos nas mãos. Estupfacto com o acontecimento e achando o colorido espectacular, peguei na minha máquina e tirei algumas fotos para lembrar o momento. Intrigado com tamanha manifestação perguntei o significado do desfile das crianças, ao que me responderam é a "Sarra-a-Velha", uma tradição que esteve perdida durante anos e que reapareceu de novo muito recentemente por terras vizelenses. "A Sarra-a-Velha", segundo me foi informado ainda por uma das crianças, realiza-se sempre na quarta feira que fica mais a meio, entre o inicio da quaresma e a Pascoa.


Uma descrição pormenorizada desta tradição das gentes de Vizela
A meio da Quaresma acontecia um ritual que era, e ainda é, embora com tendência ao desaparecimento, de resíduo carnavalesco. Numa espécie de "festa", um cerimonial de "descompressão", de abrandamento ou de um certo repouso ligeiro. No ritual mitológico das suas origens , este cerimonial era como que a "expurgação", das últimas impurezas que tivessem ficado da transição do solstício para o perfeito cultivo da terra na Primavera. Um ritual, portanto, comprometido com a fertilidade das terras. E assim , este "intervalo" ou este "corte" a meio da quaresma, permitia o retorno das máscaras. Faziam-se bonecos de palha e de trapos, ao sabor da habilidade e fantasia de cada um. Depois exibiam-se em passeatas , em grupos munidos de latas e paus, num ruído infernal simulando tambores. Nesse cerimonial, haviam pessoas que eram "atingidas" com determinados comentários.Sobretudo, pessoas idosas e mulheres às quais alguém do grupo, quisesse mal. E na noite da serração da velha, até dos montes à volta se nomeavam nomes através de funis. Na freguesia de S. Miguel de Vizela, de noite do alto dos penedos do lugar, através de búzios, funis ou outros instrumentos que pudessem dar mais propagação e potência à voz de modo a ser nítida à distância, publicavam-se nomes de pessoas que não se confessavam ou tivessem desgraças morais em casa. Esta tradição foi-se perdendo com os anos, até que a autarquia de Vizela e uma associação vizelense decidiram apoiar a realização de uma "Sarra-a-Velha", no centro da cidade. Aqui, todas as velhas são queimadas, feitas pelas crianças das escolas ou por cidadãos comuns, essencialmente de papel.