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02 outubro, 2010

Estória de um homem sem nome!!!

Hoje conheci, apenas por mero acaso  um "remexe contentores de lixo"!
Estacionei o meu carro junto a um dos muitos contentores do lixo existentes na Invicta, e enquanto esperava deparei com um homem, aparentando os seus 60 anos, a remexer os contentores do lixo, pensando eu que procurando comida! Será um sem abrigo que busca nestes contentores alguma comida para sobreviver? Interrogava-me eu! Não, de facto aquele homem, de barba por fazer, estava afinal a trabalhar para o seu patrão, ele próprio! Como mais tarde me confidenciou, esta era a sua profissão nos últimos 20 anos. Depois de o ver remexer e retirar alguns objectos de dentro do contentor, reparei que o homem, fazia uma 2º escolha aos objectos retirados do contentor!
- Boa tarde, tem aí uma bela caneca. Uma caneca antiga que vale dinheiro? disse eu
- Boa tarde, se quiser pode ficar com ela por 5 euros! Retorquiu o homem.
- Não quero obrigado, apenas reparo que é antiga e que lhe pode render algum dinheiro!
. Sim, é para levar a uma casa de antiguidades, sempre me rende dois ou três euros, voltou a frisar o homem!
E lá continuou ele a observar cuidadosamente os objectos e a separa-los. Uns castiçais de zinco, um pequeno faqueiro de aperitivos, um cesto em metal, umas salvas, etc!
- O senhor vive disto? voltei à conversa.
-Sim. Respondeu - esta é a minha profissão nos últimos 20 anos!
- Mas vive sozinho, é um sem abrigo? perguntei
- Não meu jovem, vivo ali mesmo naquele Bairro do Sisa Vieira.
De repente, vai ao bolso, saca de um imen e começa a passá-lo pelas peças. - Este enganou-me bem (referia-se ao cesto) e estas salvas pareciam Prata, mas não servem para nada...não rendem nada. Voltou então a colocar as duas salvas no lixo, mas o cesto esse voltou a guardá-lo.
- Sabe, por este metal ( o tal que não se agarrava ao imen) ainda me dão 4 euros por quilo.
- Quanto faz por dia? voltei ao ataque
- Depende, posso fazer 30 euros, como posso fazer 80. Já tenho encontrado Ouro, Prata e há uma meia dúzia de anos até encontrei 105 contos num contentor, tudo em notas!
- Isso sim foi um achado...pena não ser todos os dias! disse-lhe. - Posso tirar-lhe uma foto? perguntei-
- Pode, mas não me apanhe a cara...quero continuar a ser mais um anónimo deste país...contento-me com uns contentores de lixo, de preferência com lixo pesado...disse-me com um sorriso!
Lá foi colocando o resto dos restos no seu saco...
- Bom aqui já não faço mais nada. Obrigado pela conversa e boa tarde!
- Boa tarde...retribui eu.
E lá foi o homem com um saco numa das mãos e o cesto de ferro antigo na outra.

Vindimas 2010 na Quinta

A vindimar
O fim de semana de 25 e 26 de Setembro foi guardado por nós para a vindima na Quinta d'Anha! Foram dois dias de árduo trabalho a vindimar cerca de 800 quilos de uva tinta e branca moranga (uva americana) e ainda uva do produtor! O inicio da azafama estava marcado para as 8 horas da manhã, mas como não tínhamos patrão à nossa espera, acabamos por apenas começar perto das 9h30 da manhã de sábado. Antes, na sexta-feira à noite, já tínhamos masgado mais de 100  quilos de uva para a dorna afim de dar inicio mais cedo à fermentação! A primeira etapa terminou às 14 horas, pois havia um compromisso que não nos permitiu estar mais tempo na vinha. Á noite, começamos a tratar das pipas que iriam receber o vinho 3 após a fermentação. A 2º etapa da vindima começou às 9 da manhã de domingo com o vindimar do resto das uvas, que depois de transportadas para a "Adega", foram passadas na masgadeira, com o mosto a cair na dorna onde já se encontrava em fermentação o mosto dos dias anteriores. Agora era só esperar dois dias para retirar o já "espécie" de vinho da dorna para as pipas.

Uva para a masgadeira

Esta operação teve lugar na terça feira seguinte, com o enchimento de uma pipa de 250 litros, outra de 100 litros e ainda outra de 50 litros, esta última do suco proveniente da prensagem do mosto sólido que restou das dornas.
Depois de todo este trabalho, resta-nos esperar até Janeiro de 2011, para o engarrafamento do vinho,  que esperamos seja de qualidade, para consumir ao longo do ano, por nós, familiares e amigos!
Para o ano  iremos ter uma produção menor, queremos melhorar a qualidade da uva e consequentemente do vinho, e para isso as parreiras de uva de menor qualidade serão enxertadas com castas de uva de qualidade.

A uva moranga branca

Passar a uva pela masgadeira

Uma das pipas (50 litros)

É preciso mexer o mosto

Depois de cheia a pipa de 250 litros